Benditas Palavras Bem Ditas: Dançarina

quarta-feira, junho 11

Dançarina






tem um quê de dançarina de lambaeróbica
da década de noventa.
roupa de chita, leve e cheia de cor.
a pele não se incomoda com o frio.
as goladas que dá no copo sustentam
a quentura das canelas nuas
e empoeiradas.
os cabelos escorrem pelos ombros
e se mexe o tempo todo
como se o dia fosse acabar.
como se a mão que roça a dela
de vez em quando

(entre aqueles
muitos homens à sua volta)

a fizesse esquecer.
como se o suor quente do corpo
disfarçasse seu sorriso triste.
falso e triste.
ao contrário dos calos na sola dos pés,
tão reais.


lêf.





7 comentários:

Amelie disse...

Pude ver a poeira subindo.
Lindo.


^^

Carlos Henrique disse...

Deu pena da morena triste.
Ou seria uma triste morena?



Beijo do C.H.

Celso Mendes disse...

adorei o poema. reportei-me à época tão bem retratada. e o tom melancólico marca o ritmo poético do texto.
beijo.

Anônimo disse...

lindo!

Geladeira no prego disse...

Eu tava com saudade!

Jhe pertille disse...

Poderia ser um poema musicado. Lindo!

JuliaF disse...

cadencia
Harmonia
Tristeza