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Não tenho medo do escuro, posso sentir melhor o teor do álcool pelo nariz, ver a sombra das folhas das árvores se mexendo, rostos nas janelas, as cores do tempo virando. No escuro, dou de cara com projetos puxando a cadeira e pedindo satisfações; Posso sentir os olhos das pontas dos dedos, escuto vozes e tiros bem distantes, coração pulsando no silêncio e uma vontade que grita pra sair voando pela janela nesse frio, com bafo de vinho, com ranço de dia que não devia ter acabado, como uma vida no papel que podia ter outro protagonista, ou um protagonista que podia ter uma outra vida real. No escuro a gente inventa, guarda segredos numa garrafa vazia, abandona a cama, sussurra com alguém invisível, encara a tela do lap top que mascara a luz do dia, aquela que pode chegar a qualquer momento... No clarear do céu ou das ideias.
Lê Fernand's
5 comentários:
Que seja vida esse vão:
que seja breve esse rito,
seja ouvido o meu grito,
infinito o teu pão, o meu teto;
que seja afeto teu sussurro aflito
ao pé d'ouvido - que seja envolto em fé.
Benditas palavras!
Adorei o quadro e o ritmo.
Um grande bj
Alma do insone. #foda
Alma do insone. #foda
Alma do insone. #foda
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